As plantas exóticas infestam Portugal
Introduzidas, sobretudo, para fins ornamentais ou exploração florestal, centenas de espécies vegetais estrangeiras têm vindo a conquistar o país. Hipnotizados pela sua beleza, habituámo-nos a conviver com elas sem suspeitarmos dos seus verdadeiros impactos. O biólogo Jorge Nunes revela algumas das mais nefastas, alerta para os seus efeitos sobre a biodiversidade e a economia e lembra que cada um de nós pode ser parte do problema ou da solução.
Os Descobrimentos não foram apenas um período áureo da expansão de Portugal no mundo, que permitiu o achamento de novas terras, de novas gentes e de valiosas riquezas, como pedras preciosas e especiarias. Serviram igualmente para descobrir inúmeros organismos totalmente desconhecidos dos povos europeus. Como as pessoas ficavam maravilhadas com a beleza e o exotismo de muitas espécies recolhidas nos quatro cantos do mundo, elas eram trazidas regularmente para a Europa. Terá sido por essa altura que se iniciou aquilo a que poderemos chamar “introdução de espécies exóticas” (que tanto podem ser animais como plantas, fungos, protistas ou moneras), uma prática que se foi acentuando com o incremento da mobilidade humana, da globalização, do turismo e da exploração comercial da fauna e da flora.
A denominação “exóticas” lembra-nos que não são indígenas, tendo sido transportadas e introduzidas em lugares distintos dos seus locais de origem. No entanto, estamos tão habituados a vê-las e a conviver com elas que raramente nos lembramos da sua origem estrangeira, chegando a confundi-las com espécies autóctones. Isto é particularmente verdade no caso das plantas, que têm o dom de nos enfeitiçar com a sua beleza e com os seus odores inebriantes.
A adoração das plantas estrangeiras, que entretanto se espalharam um pouco por toda a parte, chega ao ponto de lhe serem dedicadas festas ou de se verem transformadas em atrativo turístico. Ainda há poucos anos, fazia-se em Viana do Castelo a Festa da Mimosa, entretanto rebatizada como “Festa da Primavera”, para evitar polémicas. E hoje mesmo, na página oficial do governo dos Açores, pode ler-se: “Perdido no Atlântico, estende-se o mais profundo dos segredos (…) por entre o verde das fajãs e o mar azul das baleias, o sentimento de um povo brota em cascata, embelezado pelas hortênsias, nascidas no coração de cada açoriano.”
Nesta fase, o leitor poderá ficar um pouco confuso e perguntar-se-á: mas, afinal, as mimosas e as hortênsias são espécies exóticas? É verdade, quem diria? Possivelmente, ouvirá muita gente dizer: mas as mimosas deitam um cheirinho tãããão booom! São tão bonitas e perfumadas! Até já fazem parte daqueles raminhos que são benzidos na missa (compostos tradicionalmente por alecrim, oliveira, rosmaninho…) e depois guardados religiosamente durante todo o ano para “proteger dos maus ares”. Há lugares onde substituíram até a tradição das maias (giestas que eram colocadas nas portas e nas janelas das casas, no primeiro de maio, para afastar os diabos, os maus olhados e a fome, segundo crenças antigas), sendo presença comum nos para-brisas dos automóveis. Não pode ser! E as hortênsias, que são a flor símbolo de muitas ilhas açorianas, como o Faial e a Terceira? Que seria dos Açores sem os quilómetros e quilómetros de hortênsias a pincelar de azul o verde infinito da paisagem?
Talvez os Açores fossem um lugar melhor sem as ditas hortênsias, também conhecidas localmente como “hidrângeas” ou “novelões”. Isto porque a Hydrangea macrophylla, originária do Japão, é exótica (podendo até ser considerada uma invasora em alguns lugares do arquipélago), tal como as mimosas (Acacia dealbata), oriundas do sudoeste da Austrália e da Tasmânia, o são no continente, onde atingem densidades elevadas em inúmeros locais, desde o Minho ao Algarve.
Intrusas e invasoras
Quando uma planta é introduzida num ecossistema diferente do seu local de origem, podem ocorrer três situações distintas: não encontra condições adequadas à sua sobrevivência e acaba por extinguir-se; encontra condições boas, torna-se residente e vive em equilíbrio com os restantes seres vivos do ecossistema (diz-se “exótica”, “estrangeira”, “alienígena” ou “intrusa”); ou depara-se com condições muito favoráveis (sem predadores naturais e com vantagens competitivas relativamente as espécies nativas), pelo que se torna invasora. O termo “invasora” (infestante ou praga vegetal) usa-se normalmente para designar uma espécie naturalizada com elevada taxa de reprodução e que é capaz de colonizar áreas afastadas da zona inicial de introdução, sem necessidade de intervenção humana. Para evitar mal-entendidos, convém esclarecer que nem todas as espécies “exóticas” existentes em Portugal são obrigatoriamente “invasoras”. Veja-se o caso da batata e do milho, das tílias e dos plátanos, das laranjeiras e dos limoeiros, dos pessegueiros, das amendoeiras, das alfarrobeiras e dos castanheiros, todas espécies que foram introduzidas mas não crescem de forma descontrolada de modo a pôr em causa a vegetação autóctone.
Então, o que leva uma planta a tornar-se invasora? Depois de ser introduzida num novo habitat, ocorre habitualmente um período de naturalização. Este corresponde a um intervalo de tempo, mais ou menos longo, em que a espécie começa a formar novas populações, em habitats naturais ou seminaturais, que se mantêm a si mesmas – até aqui, chama-se apenas “exótica”. Entretanto, determinados fatores, como incêndios, alterações no uso dos solos, agentes dispersores, entre outros, podem facilitar o aumento rápido da sua distribuição, ocorrendo aquilo que se denomina por “invasão biológica”. Esta ofensiva vegetal passa muitas vezes despercebida aos olhos do cidadão comum, ele próprio frequentemente responsável por interromper o equilíbrio que facilitou a invasão: através da dispersão da espécie, da abertura de clareiras, da realização de queimadas, etc.
As consequências de uma propagação infestante estarão dependentes de aspetos diversos, como as características do campo de batalha (leia-se: habitat invadido), a taxa de crescimento e reprodução do invasor, bem como a eficiência dos seus mecanismos de dispersão. Algumas plantas crescem tanto e tão rapidamente que passam a dominar os habitats, competindo e em alguns casos substituindo as espécies indígenas e alterando as características ecológicas dos ecossistemas (transformando os seus parâmetros ambientais, consumindo com maior eficácia os recursos disponíveis no meio, etc.).
O confronto entre espécies exóticas e indígenas é claramente uma guerra desigual, que acaba sempre com a derrota das nativas. Logo, não é de estranhar que as espécies invasoras constituam, na atualidade, uma das maiores ameaças à conservação da biodiversidade a nível mundial. Neste caso, os investigadores falam a uma só voz: consideram-nas, juntamente com a destruição dos habitats, a principal ameaça para a conservação das espécies autóctones, sobretudo quando estas se encontram em perigo de extinção. Trata-se de “um dos maiores problemas da conservação da natureza em Portugal”, segundo a Liga Para a Proteção da Natureza (LPN), organização fundada em 1948.
Porém, os impactos não se resumem aos desequilíbrios dos ecossistemas, com a diminuição da biodiversidade e, em determinados casos, a extinção de espécies, a diminuição da disponibilidade de água nos lençóis freáticos e o aumento da erosão dos solos ou variações no reservatório genético das comunidades, através de alterações do fluxo genético, de hibridações e até da criação de novos genótipos invasores. São igualmente económicos (com perdas avultadas na produção agrícola, florestal e piscícola e gastos elevados na aplicação de medidas de controlo de pragas botânicas), de saúde pública (uma vez que algumas dessas plantas causam doenças, como alergias, e são vetores de pragas) e culturais e sociais (isto se encararmos as áreas naturais como espaços de recreação e ecoturismo, com importantes funções educacionais, culturais, sociais, espirituais e religiosas), entre outros.
O pior de tudo é que, além de serem imensas as consequências, são geralmente irreversíveis. Após a sua instalação, são tremendas as dificuldades em parar a expansão ou erradicar estas espécies.
Alienígenas invadem Portugal
Apesar do seu nome, estes organismos são ameaças bem terrenas. Com origem nos quatro cantos do mundo, desde as distantes regiões australianas, asiáticas ou americanas até às africanas aqui ao lado, não são extraterrestres, é verdade, mas nem por isso deixam de ser hostis. Muitas das espécies que se comportam hoje como pragas vegetais foram introduzidas em épocas passadas com objetivos que passaram pela fixação de areias (por exemplo, o chorão-das-praias e a acácia-de-espigas), a estabilização de taludes (a mimosa), a utilização da madeira (mimosa e austrálias) ou dos taninos (acácia-negra) ou a criação de sebes vivas (háquias) ou simplesmente ornamentais (espanta-lobos e erva-das-pampas). A juntar às inúmeras introduções intencionais, muitas outras ocorreram acidentalmente, mas com consequências igualmente graves.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), consciente da gravidade do problema à escala global, criou, em 1996, na Species Survival Comission, um grupo de trabalho especializado nas invasões biológicas por espécies exóticas (Invasive Species Specialist Group). Numa das suas publicações, em que é dada a conhecer a lista das cem espécies mais infestantes do mundo, fica a saber-se que algumas delas ocorrem em solo lusitano, como o jacinto-aquático, a acácia ou a cana-comum.
O jacinto (Eichhornica crassipes) é uma planta oriunda da Bacia Amazónica, que terá sido introduzida no nosso país para fins ornamentais. Encontra-se atualmente em canais de irrigação, lagoas, troços de rios e ribeiros e refolgos de barragens, onde forma densos tapetes que cobrem a superfície da água. Estes alteram o ecossistema aquático, reduzindo a corrente, a luz subaquática e a biodiversidade. Tem um crescimento extremamente rápido, reproduzindo-se tanto por semente como vegetativamente.
Já a acácia (Acacia mearnsii) é originária do sudoeste da Austrália e da Tasmânia (tal como as restantes sete espécies do género Acacia existentes em Portugal, todas consideradas invasoras) e terá chegado ao nosso país com intuitos ornamentais (embora também tenha sido cultivada para a extração de taninos). Encontra-se por quase todo o território nacional, formando vastos povoamentos monoespecíficos. As suas estratégias de invasão passam pelo elevado número de sementes (que podem permanecer viáveis no solo por meio século) e pelo facto de rebentar facilmente de raízes e touças, principalmente após o fogo.
Quanto à cana-comum (Arundo donax), teve origem na parte oriental da Europa e na Ásia e foi introduzida pelo interesse dos colmos, designadamente na agricultura. Hoje, espalha-se por todo o continente e ilhas, surgindo vulgarmente em sebes e taludes. Tem taxas de crescimento elevadas e, ao ocupar áreas extensas, destrói a vegetação autóctone e a fauna que lhe estava associada e interfere com o fluxo de água.
Todavia, não se pense que estas são as únicas pragas vegetais a assolar o país. Em 1999, o decreto-lei n.º 565/99 (que regula a introdução na natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna), listou quatrocentas espécies como intrusas (cerca de 15 por cento da flora vascular portuguesa), das quais trinta foram classificadas como infestantes. Segundo o portal Plantas Invasoras em Portugal (PIP), da responsabilidade do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e do Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade da Escola Superior Agrária de Coimbra (http://www.ci.uc.pt/invasoras), “mais de 550 espécies de plantas exóticas introduzidas em Portugal Continental são consideradas atualmente como escapadas de cultura, subespontâneas ou invasoras”. Esta mesma fonte acrescenta que “muitas mais espécies foram introduzidas mas encontram-se exclusivamente sob o controlo da ação direta do Homem”, “pelo que não são consideradas neste número”. O mais alarmante é que os especialistas acreditam que cerca de 40% do total de espécies alienígenas residentes (quase duzentas) podem considerar-se potencialmente infestantes.
Estrangeiras à porta de casa
À imagem do que acontece um pouco por todo o mundo, em território espanhol o problema das plantas invasoras também tem sido uma dor de cabeça. Em 2006, a obra Top 20 deu a conhecer as vinte espécies fauno-florísticas mais prejudiciais de Espanha. Dessas, sete também apoquentam os portugueses.
No topo das preocupações surge a mimosa (Acacia dealbata), a mesma que já teve direito a festa no Alto Minho. Foi introduzida para fins ornamentais e cultivada, outrora, como espécie florestal e para fixação de solos. As consequências da sua expansão desenfreada têm sido a formação de povoamentos muito densos que impedem o desenvolvimento das espécies nativas (alguns estudos indicam que tem efeitos alelopáticos, impedindo o desenvolvimento de outras espécies), contribuindo igualmente para a diminuição dos cursos de água e para o aumento da erosão do solo. Segundo o PIP, esta “é provavelmente a espécie invasora mais agressiva em sistemas terrestres em Portugal Continental”, estatuto atribuído também à próxima planta, que não poderia ter nomes mais enganadores: árvore-do-céu ou árvore-do-paraíso.
A árvore-do-céu (Ailanthus altissima), também conhecida por espanta-lobos, é oriunda da Ásia, tendo chegado a Portugal com propósitos ornamentais, e é hoje presença habitual em espaços urbanos e nas margens de estradas. Tem um crescimento muito rápido (até três centímetros por dia), não sendo, por isso, de estranhar que forme matos cerrados e densos que ocupam o espaço da vegetação nativa. Outro dos seus segredos passa pela elevada quantidade de sementes (350 mil por planta e por ano), que podem viajar longas distâncias, levadas pelo vento.
Outra das espécies preocupantes é a erva-das-pampas (Cortaderia selloana), tão apreciada pelos seus lindos penachos brancos, que terão motivado a sua introdução para fins ornamentais. Vinda da América do Sul (origem a que alude o seu nome comum), acabou por conquistar os portugueses, que não só incentivaram a sua dispersão como apreciam a sua ocorrência à porta do lar (sempre que não surge espontaneamente, plantam-na nos seus quintais e jardins), quando não mesmo dentro de casa, sobretudo em arranjos florais (enquanto não descobrem que, ao fim de algum tempo, as sementes começam a voar pela casa toda!).
As suas artimanhas passam por um crescimento vigoroso (com formação de rosetas densas que abafam o coberto vegetal autóctone e impedem a circulação da fauna), pela produção elevada de sementes (espalhadas tão eficazmente pelo vento), pela exibição de folhas cortantes (a que se refere o seu nome científico), que impedem o seu consumo pelos herbívoros e dificultam a remoção pelos humanos, e por se agarrarem ao solo de forma hercúlea. A propósito, já tentou arrancar a bonita erva-das-pampas que plantou noseu jardim? Se a deixar crescer muito, vai precisar de maquinaria pesada e ficará espantado com a enorme cratera que ficará no terreno!
Segue-se o chorão (Carpobrotus edulis), uma bonita planta carnuda originária da África do Sul, que foi introduzida para fins ornamentais, tendo sido amplamente cultivada para a fixação de dunas e taludes, sobretudo na orla costeira. Apresenta um vigoroso crescimento vegetativo, com formação de vastos tapetes que substituem o coberto vegetal autóctone. Ao acidificarem os solos, afastam as restantes espécies, facilitando o seu próprio desenvolvimento. Os fragmentos enraízam com extrema facilidade, o que origina facilmente novos focos de invasão.
A figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica) tem um nome vulgar traiçoeiro, uma vez que é originária da América. Mais uma vez, foi introduzida com intuitos ornamentais (e pelo fruto comestível), sendo uma presença habitual em sítios secos e quentes. Os seus povoamentos densos e impenetráveis acabam por eliminar a vegetação nativa. A dispersão faz-se por sementes e por fragmentos vegetativos que se desprendem do caule e enraízam com facilidade, originando novos indivíduos.
Entre as invasoras mais perigosas, conta-se ainda um pequeno feto de água doce, de cor esverdeada, azulada ou avermelhada, que se desenvolve à superfície da água e dá pelo nome de azola (Azolla filiculoides). Proveniente da América tropical, julga-se que terá tido introdução acidental, através da cultura do arroz. Dissemina-se facilmente por fragmentação vegetativa, originando áreas muito densas, onde raramente surgem outras espécies aquáticas. Entre os seus principais impactos conta-se a redução da qualidade da água e da biodiversidade aquática, e ainda um aumento da eutrofização.
Por último, a acácia-de-flores-brancas (Robinia pseudoacacia), oriunda da América do Norte, chegou até nós cultivada como espécie florestal, com intuitos ornamentais e medicinais e para estabilização de solos secos. É mais uma presença frequente nas margens das estradas e das linhas de água, bem como em áreas abandonadas e comunidades arbóreas degradadas.
Cortar o mal pela raiz
As alienígenas não são de cá, mas pode dizer-se que foram convidadas. Afinal, por razões diferentes, chegaram todas pela mão humana. Após a sua naturalização, com pezinhos de lã, acabaram por escapulir-se dos jardins onde haviam sido plantadas e tratadas com mil cuidados, para invadir o país. Usaram técnicas tão ardilosas que até conseguiram transformar as suas aparentes fragilidades em pontos fortes e oportunidades de expansão: veja-se os casos da tradescância (Tradescantia fluminensis) e da bons-dias (Ipomoea acuminata), com origem na parte tropical da América do Sul, que quanto mais se partiam, mais proliferavam! Isto porque, tal como o chorão e as acácias, os seus pequenos fragmentos enraízam facilmente, originando novas infestações. Ou o caso do espinheiro-bravo (Hakea sericea), sul-australiano, em que as sementes são projetadas para grandes distâncias, criando novos focos de invasão quando a árvore morre (geralmente, devido aos incêndios).
Ou o da erva-gorda (Arctotheca calendula) e da avoadinha-peluda (Conyza bonariensis), vindas da África do Sul e da América do Sul, respetivamente, cujas sementes singelas e frágeis acabam por ser transportadas pela mais leve brisa, aumentando rapidamente a sua área de distribuição. Enfim, características que facilitaram as invasões, as quais, apesar de não terem acontecido pela calada da noite, apanharam quase todos de surpresa. Isto porque a maioria das introduções aconteceu em épocas recuadas, quando nem as populações nem sequer a comunidade científica tinham consciência dos riscos que daí poderiam advir.
Agora, porém, sabe-se que nem tudo o que é verde é bom. No entanto, uma das maiores dificuldades em controlar as invasões biológicas parece residir no facto de muitas das espécies intrusas se terem tornado tão familiares para as pessoas que as tomam muitas vezes por nativas. Por esse facto, não valorizam a sua ocorrência ou, pelo contrário, até contribuem para a sua proliferação, desconhecendo totalmente as verdadeiras consequências dos seus atos. E o maior problema é que, embora tenham sido trazidas pelo homem, este tem-se mostrado totalmente impotente para conter as suas investidas e, em muitos casos, a sua imparável expansão: os planos de erradicação e controlo de pragas vegetais “são frequentemente processos morosos e extremamente dispendiosos”, lembra o PIP.
Os métodos geralmente usados são o controlo mecânico, químico ou biológico e o fogo controlado. O controlo mecânico passa por arrancar ou danificar fisicamente as plantas, através de descasque, da remoção de anéis da casca ou de cortes consecutivos. Como já foi referido, exige muito trabalho manual, uma vez que, para todas as espécies que enraízam facilmente, é necessário garantir que não ficam fragmentos no terreno. O controlo químico consiste na utilização de substâncias, como herbicidas, que matam ou enfraquecem os vegetais. O aspeto mais negativo deste método prende-se com os possíveis efeitos adversos para outras espécies e para o meio ambiente. No controlo biológico, recorre-se a inimigos naturais, normalmente originários do mesmo sítio da planta invasora. Noutros países, têm sido usados com bons resultados no controlo de algumas espécies; em Portugal, no entanto, esta é uma área de investigação ainda incipiente (falta testar a segurança de muitos dos agentes de controlo biológico, nomeadamente o seu efeito sobre as espécies nativas). Por último, o fogo controlado tem como grande vantagem a redução do banco de sementes (que atinge igualmente as sementes de espécies nativas). No entanto, não há bela sem senão: enquanto algumas sementes são destruídas, muitas outras são estimuladas a germinar. Torna-se, por isso, necessário fazer o controlo das plântulas (físico ou químico) que emergem após a queimada, sob pena de a situação se agravar. Em síntese, todos os métodos enunciados apresentam vantagens e desvantagens, e nem sempre são praticáveis e eficazes com todas as espécies e em todos os lugares, pelo que se opta frequentemente pela combinação de várias metodologias. Mesmo assim, o trabalho afigura-se hercúleo.
Através de um questionário que o PIP realizou até setembro de 2007, junto das Associações de Produtores Florestais, ficou a saber-se que 88% têm na sua área de intervenção espécies classificadas como invasoras pelo decreto-lei nº 565/99, e 71% referem ter problemas com estas espécies. Num outro inquérito, realizado às câmaras municipais, percebeu-se que 67% das autarquias têm nos espaços verdes sob a sua alçada espécies classificadas como invasoras; dessas, 39% referiram ter problemas com o seu controlo e erradicação. Lamentavelmente, diversas experiências levadas a cabo em diferentes regiões do país (sobretudo em áreas protegidas) têm demonstrado que não é nada fácil cortar o mal pela raiz.
Prevenir é o melhor remédio
Hélia e Elizabete Marchante têm sido as grandes mentoras do PIP, tendo iniciado, há mais de uma década, uma cruzada determinada contra as plantas alienígenas que invadem Portugal. Começaram por produzir um catálogo ilustrado que dava a conhecer as inúmeras espécies, os seus nefastos efeitos e as principais técnicas de erradicação. Seguiram-se os cursos eworkshops, que serviram, essencialmente, para partilhar conhecimentos e formar técnicos especializados em erradicação de exóticas. Organizaram dezenas de campos de trabalho onde voluntários, muitos dos quais jovens universitários, limparam campos e florestas das terríveis infestantes, sempre sob o olhar atento das duas especialistas, que quanto mais conhecem estas espécies mais as admiram e detestam. Admiram os seus truques invasivos e detestam os seus horríveis efeitos sobre espécies nativas e habitats naturais.
Ironicamente, mais espécies vegetais não é necessariamente sinónimo de maior biodiversidade. Muito pelo contrário. A introdução de espécies não indígenas na natureza “pode originar situações de predação ou competição com espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos ou de parasitas e afetar seriamente a diversidade biológica, as atividades económicas ou a saúde pública, com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização”, lê-se no citado decreto-lei, que acrescenta: “quando necessário[s], o controlo ou a erradicação de uma espécie introduzida, que se tornou invasora, são especialmente complexos e onerosos”. Ainda recentemente foi anunciado que um adernal (habitat onde domina o aderno, arbusto característico das zonas mediterrânicas) da Mata Nacional do Buçaco, com centenas de anos e único na Europa, vai ser reabilitado, sobretudo através da erradicação das espécies exóticas. Será um projeto a desenvolver nos próximos cinco anos e orçado em três milhões de euros.
Hoje, já ninguém tem dúvidas de que as invasoras são nefastas e de que mais valia tê-las deixado lá longe, onde estavam. Dadas as enormes dificuldades em controlar ou erradicar a maioria das espécies, por impossibilidades técnicas ou devido aos avultados custos económicos, a educação ambiental apresenta-se como o melhor instrumento de prevenção e gestão. Afinal, só cidadãos informados e alertados para esta ameaça poderão impedir a introdução de novas plantas com potencial invasor e ajudar a estancar a expansão destravada das que já por cá andam há algum tempo. Apenas com comportamentos responsáveis poderemos refrear a expansão das invasoras silenciosas, que lentamente foram conquistando o país, acabando por se transformar em pragas que têm atingido proporções alarmantes. Temos de reconhecer que tem sido um combate extraordinariamente complicado e sem fim à vista. Exóticas? Não, obrigado!
J.N.
Na nossa mão
O decreto-lei n.º 565/99 é muito claro: “É proibida a disseminação ou libertação na natureza de espécies não indígenas visando o estabelecimento de populações selvagens.” Isto porque as plantas alienígenas podem tornar-se infestantes (reproduzindo-se rapidamente e ocupando áreas extensas, sem a intervenção do homem) e, quando tal acontece, tornam-se uma ameaça para a biodiversidade e os ecossistemas naturais, afetando igualmente a produção agrícola e florestal, a saúde pública e a economia. Além disso, são muito difíceis de eliminar e o seu controlo é muito dispendioso.
A criação e atualização da legislação é um primeiro passo fundamental para lidar com este problema. A maior crítica feita à lei vigente é que não inclui todas as espécies verdadeiramente perigosas, apresentando exceções que permitem a introdução de espécies estrangeiras para fins agrícolas e florestais. Mas existem outras medidas igualmente importantes, como a preparação de técnicos capazes de detetar e aplicar metodologias de controlo e erradicação de espécies invasoras ou a formação e informação dos comerciantes de plantas ornamentais. Através de um questionário realizado pelo PIP a empresas ligadas ao manuseio de plantas (viveiros, floristas, etc.), ficou a saber-se que 43 por cento das que responderam tinha disponível, antes da publicação daquele decreto-lei, algumas das espécies classificadas como invasoras, e 59% referiram que os seus clientes continuavam a mostrar interesse por algumas espécies classificadas como invasoras, nomeadamente a terrível mimosa (Acacia dealbata).
Cada cidadão pode dar também o seu contributo através de comportamentos informados e responsáveis. Eis algumas coisas que pode fazer:
-Não transporte espécies para fora dos locais de onde elas são nativas.
-Ao comprar plantas, prefira as espécies autóctones; se optar por exóticas, informe-se previamente do seu carácter invasor (é importante aprender a identificar as espécies infestantes e evitar a sua utilização).
-Quando limpar o jardim ou terrenos de cultivo, não deite restos de vegetais exóticos na natureza.
-Participe em ações de controlo de espécies invasoras (quanto mais cedo for feita a sua deteção, mais fácil e barato se tornará a sua erradicação).
SUPER 168 - Abril 2012
P.
A turma 12ºC de Ciências e Tecnologias está a participar no concurso "Prémio da Fundação Ilídio Pinho".
O projeto denomina-se “O Parque do Bonito: Descobrir e intervir no laboratório de biodiversidade às portas da cidade – uma abordagem cientifica multidisciplinar" e é para ele que estamos a trabalhar nas aulas de Biologia.
Nas nossas aulas, fizemos algumas saídas de campo ao Parque do Bonito para recolher material biológico, estamos a preencher as fichas de identificação dos espécimes da flora existente no Bonito e também a realizar atividades em laboratório complementares das aulas teóricas.
P.
O ACGT deseja a todos os seus visitantes e amigos uma Feliz Páscoa!
Desejamos que esta seja recheada de boas energias e muitas amêndoas.
Beijinhos
P.S. - Se for o caso, tenha umas óptimas mini férias .
C. e P.
Somos vítimas de alergias, mas estas manifestam-se das mais variadas formas. Para elucidá-la, leia o nosso guia completo sobre os diversos tipos de alergia mais comuns e a melhor maneira de os tratar.
Tipos de alergia:
Alergias respiratórias
Os ácaros domésticos são a principal causa de alergias do aparelho respiratório, sobretudo no Outono e Inverno. Os pólenes das árvores são outro alérgeno comum na Primavera.
. Asma .
Pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente na infância. Na maioria dos casos, aparece antes dos 5 anos. Estima-se que existam um milhão de portugueses asmáticos e a maioria (75% a 80%) sofre também de rinite.
-Diagnóstico: É feito através da história clínica pessoal e familiar. Métodos complementares usados são os exames laboratoriais, testes cutâneos e provas funcionais respiratórias.
-Sintomas: Crises recorrentes de falta de ar e tosse que aparecem de forma repentina, após constipações, exercício ou episódios de stresse, e com intensidade variável.
-Tratamento: O objectivo é controlar a doença, o que implica que a medicação deve ser feita a nível preventivo. Usam-se broncodilatadores que melhoram o fluxo de ar nas vias respiratórias, e anti-inflamatórios, para reduzir a inflamação.
-Prevenção: Evite o contacto com ácaros, mantendo a casa isenta de pó, e consulte os níveis de pólen no País em http://www.rpa.uevora.pt/.
. Rinite, sinusite e conjuntivite alérgica .
A rinite é a alergia mais frequente. Afecta 2,5 milhões de portugueses, e mais de um terço tem também asma. É comum em crianças e pouco diagnosticada. 'Quando se negligenciam as queixas, deixa-se uma porta aberta para o pulmão, o que pode desencadear ou piorar a asma', alerta Morais de Almeida. Está associada à sinusite e à conjuntivite alérgica.
-Sintomas: Na rinite, os mais comuns são: obstrução nasal, comichão, espirros e pingos no nariz, perturbações do sono e fadiga. Na sinusite, há uma inflamação da mucosa nasal, que condiciona a drenagem do muco. Na conjuntivite, os olhos ficam vermelhos, lacrimejantes, inchados e dão comichão. É desencadeada por ácaros, pêlos de animais e pólenes. Está associada à rinite sazonal, pelo que os sintomas se confundem.
-Diagnóstico: Aplica-se à rinite e sinusite a análise dos sintomas, através do exame do interior do nariz, procurando alterações típicas, como uma mucosa pálida. Podem fazer-se testes cutâneos e análises ao sangue para verificar o nível de anticorpos específicos, e que também se realizam em caso de conjuntivite.
-Tratamento: Quando a rinite e a sinusite são intermitentes, pode ser suficiente recorrer a um anti-histamínico, que alivia os sintomas. Formas persistentes tratam-se com corticóides nasais, anti-histamínicos orais ou nasais. As vacinas reduzem a reactividade dos brônquios. Nas rinites sazonais, vacine-se antes da estação do pólen. A conjuntivite trata-se com anti-histamínicos orais e colírios. Evite lentes de contacto.
Alergias alimentares
São cada vez mas comuns e podem levar à morte. A culpa é dos alimentos processados e dos aditivos a que o nosso corpo não teve tempo para se habituar.
Mais de um milhão de portugueses sofre de alergias alimentares: 8% são crianças e 3% adultos. Muitas vezes confunde-se com a intolerância alimentar, mas enquanto na primeira o corpo desenvolve anticorpos em reacção a determinados alimentos, na segunda, 'o que existe é uma deficiência do organismo que não tem determinadas enzimas essenciais para digerir substâncias, como lactose ou o glúten', explica Cristina Santa Marta.
Alguns dos alimentos mais susceptíveis de causar alergias são ovos, caju, amêndoas, amendoim, nozes, chocolate, castanha, quivi, sésamo e caril.
-Sintomas: Os mais ligeiros podem limitar-se a erupções cutâneas, urticária (edema dos lábios e da garganta), falta de ar, náuseas e diarreia. Nos mais graves, pode haver uma reacção anafiláctica, em que a inflamação da garganta é tão grande que impede a respiração, o que pode causar desmaios e até levar à morte. Nem sempre é preciso ingerir os alimentos, nalguns casos a simples inalação é suficiente.
-Diagnóstico: Os testes sanguíneos detectam a presença de anticorpos e, por vezes, os cutâneos também podem ser úteis. Se bem que um resultado positivo nem sempre signifique que existe alergia, um negativo torna improvável a sensibilidade ao mesmo. As dietas de eliminação são outra forma de tentar identificar alérgenos. Implicam que se elimine todos os possíveis causadores da alergia, sendo depois reintroduzidos um de cada vez, até se identificar o responsável.
-Tratamento: Nas crises agudas, administram-se anti-histamínicos e corticóides. Existem ainda kits de adrenalina de emergência para combater choques anafilácticos. Além destes medicamentos, não há tratamentos específicos e a solução é evitar os alimentos causadores de possíveis alergias.
Alergias cutâneas
Quer surjam na infância ou na idade adulta, causam muito transtorno, sobretudo quando não se consegue identificar as causas.
. Eczema atópico .
Atinge 10% de portugueses e, apesar de ser muito frequente na infância, 'é cada vez mais uma doença de adultos', diz Mário Morais de Almeida. Geralmente, é provocada ou agravada por alérgenos, sobretudo ácaros, mas também pólen ou leite de vaca, ovo e frutos secos.
-Sintomas: Nas crianças, manifesta-se como prurido, vermelhidão na face e pele seca nas dobras do corpo (joelhos, cotovelos), e nos adultos aparece como manchas vermelhas, que podem desaparecer ao fim de dias (agudas) ou durar anos (crónicas).
-Diagnóstico: As análises ao sangue detectam anticorpos específicos das alergias e os testes cutâneos e de contacto tentam identificá-los.
-Prevenção: Evite a acumulação do pó, use capas protectoras em colchões e almofadas, mantenha a pele hidratada, use roupa de algodão e evite a de fibras.
. Eczema de contacto .
Neste caso, o eczema aparece claramente no seguimento do contacto com alérgenos e nas zonas do contacto. A maior parte são aos metais, como o níquel ou o crómio, e aos químicos das fragrâncias ou tintas. É mais frequente nos adultos.
-Sintomas: As reacções a estas substâncias não são muito diferentes do eczema atópico. A inflamação surge 48 a 72 horas depois, bem como o prurido, vermelhidão na zona em questão.
-Diagnóstico: A localização é o principal meio de diagnóstico. Depois, os testes de contacto permitem a confirmação.
-Tratamento: Em ambos os eczemas, o tratamento passa por evitar o contacto com aquilo que provoca a alergia. Se isso não lhe for possível, por exemplo, por causa da sua profissão, podem ser administrados anti-inflamatórios corticóides e, nalguns casos, antibióticos.
. Urticária .
Cerca de 80% da população tem pelo menos um episódio de urticária na vida. As causas podem ser diversas: ácaros, pólen, alimentos, medicamentos, picadas de insectos, plantas ou até infecções e stresse. 'Também são cada vez mais comuns os casos de urticária física, que surgem depois de estímulos como o frio, o calor ou o exercício, e desaparecem a seguir', diz a alergologista Cristina Santa Marta. Pode ainda ser um sintoma que, como a febre, remete para a existência de outras doenças. 'As causas nem sempre se descobrem e, nesses casos, a cura é difícil.'
-Sintomas: Manchas avermelhadas e pápulas que causam comichão.
-Tratamento: Os anti-histamínicos aliviam o prurido e reduzem a inflamação. Os corticosteróides devem ser reservados para casos mais graves, já que quando usados por mais de um mês têm efeitos secundários. Em metade dos casos costuma desaparecer naturalmente em dois anos.
-Prevenção: O controlo do stresse pode ajudar a reduzir a frequência e gravidade das crises.
Soluções alternativas
As chamadas terapias não convencionais são especialmente eficazes em doenças crónicas e podem ser uma ajuda preciosa.
. Acupunctura .
'Já é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e não se questiona a sua eficácia na dor e nas alergias', garante o acupunctor Pedro Choy. 'O seu índice de cura é de 30 a 40% em adultos e de mais de 60% nas crianças, seja qual for o tipo de alergia. Não interessa se é respiratória, cutânea ou alimentar, porque a Medicina Tradicional Chinesa trata a causa, não os sintomas. E na maioria das vezes estas devem-se a alterações no rim. A tendência é genética, mesmo que só se manifeste aos 40 anos, e a poluição e o stresse são factores agravantes, pois enfraquecem o sistema imunitário', explica. Conte com um tratamento a longo prazo (30 sessões ao longo de um ano e meio, geralmente em conjunto com a fitoterapia, que consiste na administração de plantas medicinais). Também se usam técnicas auxiliares, como a massagem tui na, que pressiona com as mãos os pontos energéticos da acupunctura.
. Homeopatia e naturopatia Também são úteis na melhoria de sintomas alérgicos .
'Podemos receitar drenantes respiratórios e oligoelementos que ajudam a expelir toxinas, fortalecendo o terreno biológico', explica o homeopata e naturopata Luís de Jesus Silva. Mas, além disto, é sempre essencial melhorar a forma de se alimentar. Os malefícios de uma má alimentação podem aparecer anos mais tarde, muitas vezes sob a forma de doenças ou alergias de etiologia desconhecida ou auto-imunes', alerta. O presidente do Instituto de Macrobiótica de Portugal, Francisco Varatojo, também põe o enfoque na alimentação e garante já ter tratado os mais diversos tipos de alergias, de sinusites a urticárias. 'Na maioria dos casos, uma mudança de alimentação é suficiente para acabar com a doença ou, pelo menos, reduzir drasticamente os sintomas. A redução dos lacticínios e, nalguns casos, o combate ao excesso de acidez das mucosas do organismo (causado por uma alimentação incorrecta) pode ser suficiente para a cura', explica.
. Ioga .
O tai chi e o chi kung podem ser úteis para combater o stresse, um factor agravante em muitas alergias. Funcionam à semelhança da fisioterapia da medicina convencional. A massagem shiatsu pode ajudá-la a fortalecer os sistemas linfático e imunitário. E é benéfica no tratamento de problemas respiratórios.
. Osteopatia .
Pode ser útil no alívio de sintomas de asma e sinusite e contribui para o equilíbrio geral.
FONTE: activa - beleza e saúde, notícia publicada por Activa a 27 Maio 2010, às 12:31; Ler mais em: http://activa.sapo.pt/belezaesaude/saude/2010/05/27/conheca-as-alergias-mais-comuns-e-o-tipo-de-tratamento#ixzz1q3LrXXdq
P.
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1 - O que é a alergia? A alergia é uma resposta inadequada e exagerada do mecanismo de defesa do nosso organismo, o sistema imunológico, a substâncias que normalmente são inofensivas. Estas substâncias, que normalmente não provocam qualquer reação mas que podem desencadear respostas alérgicas em pessoas mais suscetíveis, são chamadas alergénios. 2 - O que é que acontece no nosso corpo quando ocorre uma reação alérgica? Quando um alergénio entra em contacto com o organismo de uma pessoa predisposta a alergias, ocorre uma série de reações que levam à produção de anticorpos específicos para esse alergénio - as imunoglobulinas E (IgE). Estes anticorpos 'colam-se' a células chamadas mastócitos, que se encontram em maior quantidade no nariz, olhos, pele, pulmões e intestino. Da próxima vez que a pessoa entrar em contacto com essa substância, o alergénio é reconhecido e 'capturado' pela IgE, o que leva à libertação súbita de mediadores, como a histamina, a partir dos mastócitos. São estes mediadores os responsáveis pelos sintomas da reação alérgica. 3 - Quais são os alergénios mais frequentes? Os alergénios mais frequentes são os que existem no ar e que podem ser inalados (pólen das árvores ou gramíneas, ácaros do pó, pelo e dejetos dos animais domésticos, esporos de bolores) ou os que podem ser ingeridos nos alimentos (leite de vaca, ovo, peixe, marisco, amendoim) ou em certos medicamentos (antibióticos). O veneno da picada de insetos (abelha, vespa e mosquito) também pode provocar reações alérgicas. 4 - Quais são as doenças alérgicas mais frequentes e os seus sintomas? Nas crianças as principais doenças alérgicas são a dermatite/eczema atópico (pele muito seca, vermelha e a descamar, comichão, pequenas borbulhas em certas regiões), a alergia alimentar (vómitos, diarreia, inchaço da língua, lábios e olhos, manchas na pele, falta de ar, chiadeira), a asma (tosse, falta de ar, chiadeira) e a rinite e conjuntivite alérgicas (obstrução nasal com corrimento, comichão nasal, espirros, olhos vermelhos, inchados e com lágrimas, comichão ocular). No primeiro ano de vida predominam a dermatite/eczema atópico e a alergia alimentar. A asma e a rinite/conjuntivite surgem mais tarde. 5 - As alergias estão a aumentar? Na Europa as doenças alérgicas são a doença crónica mais frequente nas crianças e a sua prevalência continua a aumentar. Em certos países uma em cada quatro crianças sofre de alergias. Estima-se que cerca de 5% a 20% da população, com maior percentagem nas crianças e adolescentes, tenham asma. A dermatite atópica afeta 10%-20% das pessoas durante a infância. 6 - Porque é que apenas algumas pessoas se tornam alérgicas? Ainda não se tem a certeza. O maior fator de risco para o desenvolvimento de alergias é a história familiar de doenças alérgicas. Quando uma criança tem um dos pais com alergias tem um risco de 20% a -40% de vir a ter alguma doença alérgica, se os dois pais forem alérgicos o risco de ser afetada sobe para 40% a 60%. No entanto, o contacto precoce com os alergénios e certos fatores ambientais como a exposição ao fumo do tabaco e a poluição atmosférica parecem desempenhar um papel importante. 7 - Como posso saber se o meu filho é alérgico? O diagnóstico das doenças alérgicas começa pela recolha cuidadosa da história com a descrição dos sintomas e tentativa de estabelecer uma relação entre a exposição a determinadas substâncias e o aparecimento desses sintomas. É também necessário a observação da parte do corpo à qual se referem as queixas. Depois podem ser realizados testes para as alergias. Existem essencialmente dois tipos de teste, o PRICK teste e o RAST. No primeiro uma gota de solução contendo cada alergénio é colocada na pele, depois pica-se a pele com uma pequena agulha e marca-se a posição de cada alergénio com uma caneta. Se houver reação forma-se uma pápula que é medida para comparar com o controlo. O RAST consiste na medição no sangue da IgE específica para determinados alergénios. No caso de alergia alimentar é necessário realizar testes de provocação especiais com o alimento suspeito de provocar a reação alérgica. Este teste só deve ser feito com vigilância médica. 8 - Todas as crianças com sintomas precisam de fazer testes para as alergias? Não. Devem fazer testes para as alergias aquelas crianças com sintomas persistentes ou recorrentes que perturbem a sua vida diária, ou seja, que as incomodem no sono, na escola, e aquelas que necessitem de tratamento. 9 - O que posso fazer para controlar a doença? O primeiro passo é a evicção dos alergénios, ou seja, evitar a exposição aos alergénios que foram identificados nos testes. Por vezes isso é impossível, como evitar por completo o pólen das árvores ou ácaros do pó, no entanto, devem ser tomadas medidas para reduzir ao máximo o contacto com esses alergénios. Se necessário, devem ser utilizados medicamentos que controlam os sintomas, embora não curem a doença. Os anti-histamínicos bloqueiam a ação da histamina, um dos principais mediadores libertado durante a reação alérgica e assim diminuem os sintomas. Os corticosteroides são usados para tratar a inflamação em situações crónicas. Outros medicamentos são receitados dependendo da doença alérgica em causa, emolientes para a dermatite/eczema atópico, descongestionantes nasais para a rinite alérgica e broncodilatadores para a asma. O tratamento das doenças alérgicas deve ser individualizado para cada doente e orientado por um médico experiente. 10 - O que são as vacinas para a alergia? A imunoterapia alérgica é uma forma de tratamento que tem como objetivo diminuir a sensibilidade aos alergénios alterando a resposta imunológica do organismo. Consiste na injeção subcutanêa de quantidades crescentes de alergénios de modo a criar tolerância. O tratamento tem uma longa duração, geralmente 3 a 5 anos. Devido ao risco de reações adversas deve ser efetuado sob vigilância médica. A imunoterapia é eficaz na asma, rinite e conjuntivite alérgicas e na alergia à picada de insetos. Não é útil no tratamento da dermatite/eczema atópico ou alergias alimentares. Só é recomendada para crianças a partir dos 5 anos de idade. |
FONTE: O Portal da Educação (educare.pt) , Artigo escrito por Teresa Pontes a 16-06-2010, DISPONÍVEL PARA CONSULTA NO SITE: http://www.educare.pt/educare/Opiniao.Artigo.aspx?contentid=10376231193A3A1FE0440003BA2C8E70&opsel=2&channelid=0
P.
É uma história de vida súbita. Um homem com problemas gástricos sofria, afinal, de Síndrome de Brugada (morte súbita), tal como boa parte da família. Estão diagnosticados; desta doença já não morrem.
Vai fazer em junho quatro anos que um jovem cardiologista, a iniciar o internato no Hospital de Viseu, foi chamado a observar um eletrocardiograma (ECG) que indiciava uma doença descoberta há apenas duas décadas por dois irmãos espanhóis que lhe deram o nome: Brugada. Hoje, sabe-se que a síndrome é a principal causa de morte súbita cardíaca em pessoas jovens e saudáveis.
Veja o vídeo da RTP para descobrir mais sobre esta doença. http://www.rtp.pt/noticias/?article=537948&layout=122&visual=61&tm=2&
Fonte: RTP, por Fátima Pinto/ Marques de Almeida 21 Mar, 2012, 20:51, disponível para consulta em http://www.rtp.pt/noticias/?article=537948&layout=122&visual=61&tm=2&
E também Jornal de Notícias, por Alexandra Figueira, disponível para consulta em www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Saude/Interior.aspx?content_id=2369937
C.
"Deve ter sido alguma coisa que comi!" - Quantas vezes as pessoas dizem isto quando apresentam náuseas, vómitos, cólicas ou diarreia? De facto, estes podem ser os sintomas de intoxicação alimentar causados por ingestão de alimentos contaminados.
As bactérias que causam intoxicação alimentar são difíceis de ser detectadas através da aparência, cheiro ou gosto dos alimentos. Porém, podem causar a doença em vários graus de gravidade, variando desde casos leves até casos muito severos ou que coloquem em risco a vida.
O corpo humano, normalmente, é bem resistente a agressões desta natureza provocadas por bactérias. Porém, indivíduos que tenham o sistema imunológico deprimido por qualquer razão são mais susceptíveis à doença.
Quando estas pessoas contraem uma intoxicação, com sintomas severos de vómitos e diarreia, torna-se mais difícil o tratamento.
Visto que a maior parte das intoxicações alimentares resultam de manuseio impróprio dos alimentos, as pessoas devem consciencializar-se em seguir os procedimentos de manuseio higiénico dos alimentos.
- Cuidados ao comprar alimentos -
Cada vez mais, é fundamental estabelecer o hábito de confirmar os prazos de validade e ler os rótulos dos alimentos, de forma a seleccionar alimentos com menor risco de intoxicação alimentar. Por exemplo, é importante verificar se o leite ou o queijo adquirido são produtos pasteurizados e se têm inspecção oficial.
Um bom hábito é colocar os pacotes de carne, frango ou peixe dentro de embalagens plásticas, de forma a evitar que possam pingar nos outros alimentos dentro do carrinho do supermercado, evitando assim a contaminação cruzada entre alimentos.
A venda de produtos com embalagens danificadas ou a exposição inadequada dos alimentos ao consumo (como por exemplo vender camarão cozido perto de gelo ou peixes crus), trabalhadores com pobres condições de higiene e condições que dificultem a limpeza são situações que podem aumentar o risco de intoxicação alimentar.
Nestes casos, o consumidor deve evitar adquirir o produto, bem como notificar as autoridades de fiscalização.
Após a compra, os alimentos refrigerados ou congelados devem ser guardados o mais rapidamente possível. Deve-se evitar mantê-los dentro de carros quentes ou escritórios, ou mesmo ficar "a passear" pelo supermercado com esses produtos no carrinho de compras, para diminuir o risco de multiplicação dos microrganismos.
- Em casa -
A maioria dos casos de intoxicação alimentar são causados por manuseio impróprio dentro das nossas próprias casas. Manter prateleiras, bancadas, arcas congeladoras, frigoríficos, utensílios, esponjas e toalhas limpas é uma das melhores maneiras de evitar a contaminação dos alimentos em casa. É especialmente importante lavar todos os utensílios e as mãos com sabão e água após manusear um alimento e antes de manusear outro alimento.
Desta forma, evitaremos a contaminação cruzada dos alimentos, como por exemplo a transferência de bactérias de carne crua para outros alimentos, tais como saladas ou vegetais. Pela mesma razão, tábuas de cortar de madeira não devem ser utilizadas para cortar carne crua, frango ou peixe.
Tábuas de plástico são mais apropriadas, pois são mais fáceis de ser lavadas e higienizadas. Fruta e vegetais frescos devem ser lavados em água corrente e guardados no frigorífico a temperatura abaixo de 10 graus, para evitar a sua deterioração.
Ao arrumar os ovos no frigorífico não deite fora a embalagem, caso contrário deixa de saber qual o seu prazo de validade. Se tiver dúvidas quanto à procedência dos ovos que habitualmente consome poderá optar por usar ovos pasteurizados no lugar de ovos comuns.
A cocção apropriada dos alimentos é outro importante factor contra a intoxicação alimentar, pois o calor elimina as bactérias. O ideal seria utilizar um termómetro para verificar se o alimento alcançou 75 graus centígrados no seu interior.
- Alimentação fora de casa -
Se quando comemos em casa é importante termos cuidado com a higiene dos alimentos e utensílios que manipulamos então esse cuidado deve ser ainda maior quando jantamos ou almoçamos fora de casa.
É imperioso verificar as condições de higiene do estabelecimento, incluindo a aparência, higiene e postura dos funcionários.
Por uma questão de precaução opte por alimentos bem passados ou bem cozidos. Uma boa forma de verificar se o alimento está bem passado é cortar ao meio um bife, hamburguer ou outro pedaço de carne. Se houver o menor sinal de sangue ou partes avermelhadas, deve-se solicitar que o produto seja mais bem passado. O peixe deve estar solto, em pedaços e não mole, quando cortado.
Os ovos devem ser solicitados para serem bem fritos, não devendo ser consumidos se parecerem estar mal cozinhados. Saladas ou outros alimentos devem ser evitados se tiver dúvidas quanto à sua lavagem.
Tenha cuidado com o consumo de peixe cru fora de casa. Mariscos crus, assim como carne crua de vaca ou frango podem estar contaminados com bactérias patogénicas. Apesar de constituírem verdadeiras delícias para os apreciadores, ostras, sushi e sashimi são pratos que só devem ser consumidos se o restaurante for de confiança.
Fonte: http://clinotavora.planetaclix.pt/Intoxicacao_alimentar.htm
P.
A síndroma de Turner é uma anomalia cromassómica cuja origem é a perda parcial ou total de um cromossoma X. Esta Síndroma afecta exclusivamente as mulheres e é identificada no momento do nascimento, ou antes da puberdade pelas suas características fenotípicas distintas.
- Qual o tipo de mutação cromossómica associada à síndroma -
A maioria dos pacientes que possuem trissomia 18 ou Síndroma de Edwards, apresentam cariótipo 47, XX ou XY, +18. O cromossoma afetado por esta doença é o cromossoma 18.
- Qual o tipo de mutação cromossómica associada à síndroma -
O Síndroma de Edwards caracteriza-se por uma aneuploidia autossómica.
A maioria dos pacientes apresentam trissomia regular sem mosaicismo, isto é , cariótipo 47, XX ou XY, +18.
Entre os restantes, cerca de metade é constituída por casos de mosaicismo e outro tanto por situações mais complexas, como aneuploidias duplas, translocações.
* Malformações associadas: cardíacas, cerebrais (quistos do plexo coroide), osteoarticulares, digestivas (atresia do esófago, divertículo de Meckell), mielomeningocele.
* Fenotípicas (aparência): atraso de crescimento, microcefalia, micrognatia, orelhas dismorficas, onfalocelo, alterações radiais dos membros, dedos caracteristicamente flectidos, proeminência dos calcanhares.
- O que é ? -
A síndroma de Klinefelter é uma anomalia do desenvolvimento, de origem genética, que afecta apenas os indivíduos do sexo masculino.
- Tipo de genoma associado à síndroma -
- Os órgãos mais afectados -
P.
É uma anomalia genética que causa mal-formações nos portadores, que muitas vezes resultam em aborto espontâneo ou morte nos primeiros tempos de vida.
TIPO DE GENOMA ASSOCIADO/ Tipo de mutação que a causa:
É causada por uma mutação cromossómica numérica, uma aneuploidia, em que existe trissomia do cromossoma 13.
Características fenotípicas/Sintomas:
O que é?
É uma síndroma de origem genética que causa, entre outras coisas, atraso mental nos portadores, mal-formações...
TIPO DE GENOMA ASSOCIADO/Tipo de mutação que a causa:
. A propósito de segurança ...
. Conheça as alergias mais ...
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